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quinta-feira, 14 de junho de 2007

Porquê?...

“O Homem”, de Sophia de Mello Breyner Andersen…. um conto comovente e arrepiante sobre a nossa própria condição humana… um conto sobre a solidão, sobre o sofrimento, sobre o abandono, sobre a tristeza e o desespero… um conto tão diferente daqueles que te costumo contar, meu amor, tão repletos de magia, de ternura, de alegria, de cor e de fantasia!

E eu pergunto-me: Porquê?

Porque é que o Mundo não pode ser igual a esse mundo que tu crias no teu imaginário, esse mundo tão cheio de beleza e tesouros imaginários que o teu olhar inocente e meigo deixa transparecer?
Porque é que o Mundo não pode ser um lugar onde a solidariedade, a amizade, o apelo à ajuda dos outros não prevaleçam ao apelo egoísta dos nossos desejos mesquinhos?
Porque é que o Mundo não pode ser um lugar bom, uma tela pintada com as cores vivas e alegres da tua imaginação, da realidade perfeita de uma criança?

Lê-se em determinada parte do conto “(…) A certa altura encontrei-me atrás dum homem muito pobremente vestido que levava ao colo uma criança loira, uma daquelas crianças cuja beleza quase não se pode descrever. É uma beleza de uma madrugada de Verão, a beleza duma rosa, a beleza do orvalho, unida à incrível beleza duma inocência humana. Instintivamente o meu olhar parou um momento preso na cara da criança. (…)

E eu pergunto-me: Porquê?

Porque é que existem crianças com olhar triste, abandonado, sofredor?
Porque é que há crianças que são impedidas de sonhar, impedidas de brincar, impedidas de voar?
Porque é que vemos crianças abandonadas, maltratadas por culpa da indiferença, da maldade e do egoísmo das pessoas?

E eu pergunto-me novamente: Porquê?

Porque é que os seres humanos são por vezes tão egoístas, tão egocêntricos, tão alheios ao sofrimento e à dor do seu semelhante?
Porque é que não se pára uns minutos para retribuir um olhar, agradecer um sorriso?

O Mundo seria então tão mais acolhedor, tão menos frio, tão mais solidário, tão menos assustador!

Porquê? Porquê?

Porque é que algumas crianças deixaram de ser sinónimo de alegria, de vida, de sonho, de esperança para um futuro melhor?

Olho para ti, meu amor, tão feliz, tão amada, tão desejada, tão única, tão minha e pergunto-me… Porquê?

2 comentários:

Armindo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Armindo A. P. Brochado disse...

Continuem com esta vossa forma de transmissão do amor pela J., como, carinhosamente, lhe chamam...
Sem dúvida, os filhos são "a melhor coisa do mundo".
Quem o diz, são aqueles com quem ainda ontem partilharam alguns momentos de alegria e de bate-papo.
Do A., da M. e da "Nex", como a J. carinhosamente lhe chama!!!
Beijinhos para, quase, todos...porque para o papá vai um abraço.